Santé! A Mistral Importadora completou 50 anos de fundação. A comemoração se deu, coincidentemente, com o esperado Encontro Mistral 2023 (evento realizado de dois em dois anos), em sua 10ª edição, onde reuniu 74 produtores do Novo e Velho Mundo. Foram 13 países desfilando mais de 500 rótulos. É sempre um deleite para nós enófilos e profissionais. Uma oportunidade de degustar lançamentos, grandes ícones, vinhos de alto custo, servidos pessoalmente por seus criadores.
Eu estive lá em dois dias consecutivos e a cada stand a vontade de provar todos os rótulos era imensa, mas me contive, pela quantidade de vinhos célebres, reunião de grandes produtores e seus rótulos internacionais. A seguir destaco alguns dentre tantos cobiçados vinhos do portifólio Mistral.
Da Alemanha destaco o produtor Domdechant Werner com seus Rieslings, casta branca mais fina do mundo, tamanha sua mineralidade e acidez pronunciada. Indico o Hochheimer Guts Riesling QbA trocken 2020.
Da Áfica do Sul o produtor Boekenhoutskloof de Franschhoek, na pessoa do proprietário Mark Kent, apresentou vinhos notáveis como o famoso Chocolate Block, mas o branco Sémillon 2019, fez a minha cabeça, aliás, na opinião de Jancis Robinson é um dos melhores do país. Ainda Elzanne Gerber, diretora da Barista de Paarl, me encantou com o Chardonnay 2021.
Portugal brilha mais com a presença do rei da Baga, o inovador e pioneiro, Luis Pato, da Bairrada. A Baga é uma casta rude, resultando em vinhos rústicos de taninos extremamente adstringentes e ácidos. Entretanto Luis Pato a domina. E ele me ofereceu, espumantes e brancos finíssimos, mas indico o Pato Rebel Tinto Beira Atlantico IGP 2019, da peculiar Baga domada por seu criador.
Tenho um apreço especial não só pela magnitude dos vinhos, mas porque visitei, em 2010, a francesa Maison Joseph Drouhin, na Bourgogne. Tintos e brancos como o Chablis 1er Cru Montmains AOC 2019, são autênticos representantes da renomada região. Além do Arthur, Chardonnay do Oregon, USA, onde a vinícola francesa mantém o Domaine Drouhin. O Arthur é tão inesquecível quanto os Chardonnays da Bourgogne. Separei o Vosne Romanée 2019, proveniente de minúsculos lotes de três Premier Crus. Um Pinot Noir vinificado com as suas leveduras indígenas, em terreno de solo calcário. Sem dúvida, um dos grandes vinhos do Encontro Mistral 2023.
El Enemigo, de Mendoza Argentina, dispensa apresentação, e a recepção de Alejandro Vigil é carinho puro. O enólogo chefe da Catena Zapana apresentava suas novas safras dos mais expressivos rótulos da sua bodega. Gostei muito do El Enemigo Bonarda Los Paraísos 2019. Também os Cabernets Francs Gualtallary 2017, o El Cepillo 2017 e o Chacayes 2014, além do El Enemigo Malbec 2019, todos, indiscutivelmente a sensação do stand.
Parabéns a família Ciro Lilla, a organização da equipe Sofia Carvalhosa e a
todos os envolvidos nesse encontro de vinhos extraordinários. Obrigada pelo convite. E até a próxima taça!
